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Brasil de Lula se alinha a ditaduras ao criticar EUA por ataque no Irã

Decisão do governo brasileiro sobre a ação militar reacende debate sobre alinhamento e custos geopolíticos.

Foto de Luan de Oliveira Silva na Unsplash
Foto de Luan de Oliveira Silva na Unsplash

A postura do governo Lula em relação aos recentes ataques dos Estados Unidos e de Israel contra alvos nucleares no Irã gerou um intenso debate e levantou preocupações sobre o posicionamento diplomático do Brasil no cenário global. Ao emitir uma nota oficial condenando as ações como uma “flagrante violação do direito internacional”, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro adotou uma retórica que se distancia de seus tradicionais parceiros ocidentais, aproximando o país de nações e regimes que frequentemente desafiam a ordem internacional estabelecida, como Rússia, China e o próprio Irã.

Essa declaração diplomática tem sido vista por setores especializados como um movimento que pode trazer sérias implicações, tanto no âmbito das relações exteriores quanto na esfera econômica. A crítica pública direcionada a Washington ocorre em um momento delicado, no qual o Brasil mantém forte dependência de acordos comerciais com grandes blocos como os Estados Unidos e a União Europeia, que, segundo observadores, demonstram crescente insatisfação com o que consideram uma postura ambígua por parte do governo brasileiro.

Analistas em relações internacionais alertam que, ao tentar se equilibrar entre mundos em conflito, o governo Lula corre o risco de marginalizar o Brasil em importantes fóruns multilaterais. Para esses especialistas, a narrativa de não alinhamento já não encontra respaldo, e a neutralidade percebida como “seletiva” acarreta custos significativos para a influência e a credibilidade do país no exterior.

Os riscos no campo comercial são igualmente preocupantes. Com a ameaça do Irã de bloquear o Estreito de Ormuz, a instabilidade no mercado de petróleo pode impulsionar uma alta nos preços globais da energia. Nesse cenário volátil, a alienação de parceiros estratégicos poderia dificultar a busca por mecanismos de compensação ou suporte econômico. O Brasil, cuja economia é bastante sensível às variações nos preços dos combustíveis fósseis, poderia enfrentar impactos diretos na inflação e nos custos de produção em diversos setores.

No plano interno, a opção por uma diplomacia que parece mais alinhada a uma narrativa ideológica do que a uma análise pragmática da conjuntura internacional também pode resultar em perda de capital político para o governo. Ao condenar enfaticamente apenas um lado do conflito, sem fazer menção aos riscos representados pelo programa nuclear iraniano ou a ataques anteriores lançados por Teerã, o Brasil reforça a percepção de parcialidade em sua política externa. O desdobramento natural dessa abordagem é um isolamento crescente, que compromete a capacidade tradicional do país de atuar como mediador e diminui sua margem de manobra em negociações no âmbito multilateral.