Deputado aparece em foto com Alessandra Moja, apontada como chefe do PCC na Favela do Moinho

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) foi flagrado em foto ao lado de Alessandra Moja, mulher apontada pelo Ministério Público como chefe do tráfico de drogas na Favela do Moinho, em São Paulo. O registro ocorreu no dia 26 de julho, durante visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à comunidade.
Na ocasião, Lula lançou programa habitacional e dividiu o palco com Alessandra e sua filha, Yasmin Moja, que se apresentavam como representantes da associação de moradores local. As duas foram alvos da Operação Sharpe nesta segunda-feira (8), acusadas de envolvimento direto com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Operação revela esquema criminoso
A investigação policial identificou Alessandra como figura central na estrutura do tráfico na região, utilizando sua posição de liderança comunitária para mascarar atividades ilícitas. A estratégia de infiltração em organizações sociais representa tática comum do crime organizado para ganhar legitimidade e acesso a autoridades públicas.
O fato de Boulos e Lula terem sido fotografados ao lado da acusada levanta questionamentos sobre os critérios de segurança e verificação de antecedentes em eventos oficiais. A presença de líderes criminosos em cerimônias governamentais expõe vulnerabilidades no protocolo de segurança presidencial.
Repercussão política
A imagem repercutiu intensamente nas redes sociais, gerando críticas à aproximação entre políticos de esquerda e figuras ligadas ao crime organizado. O vereador Rubinho Nunes (União Brasil) ironizou o episódio: “Nossa, estou surpreso… Boulos novamente com mulher líder do tráfico. Realmente, o mundo é cheio de ‘surpresas'”.
A declaração de Nunes faz referência ao histórico de Boulos em situações similares, sugerindo padrão de proximidade com personagens controversos. O caso reforça questionamentos sobre as relações estabelecidas pelo deputado do PSOL em suas atividades políticas nas periferias paulistanas.
Legitimação do crime organizado
O episódio ilustra como facções criminosas buscam legitimidade através da infiltração em movimentos sociais e associações comunitárias. A participação em eventos oficiais com autoridades máximas do país representa conquista significativa para organizações criminosas em seus esforços de normalização social.
A presença de Alessandra Moja no palco com o presidente da República, apresentando-se como líder comunitária legítima, demonstra sofisticação das estratégias do PCC para penetrar estruturas sociais e políticas. O caso expõe necessidade urgente de revisão nos protocolos de segurança para eventos presidenciais.
A fotografia de Boulos com a acusada simboliza proximidade preocupante entre setores da esquerda e o crime organizado, levantando questões sobre consciência ou negligência na construção dessas relações políticas em territórios dominados pelo tráfico.