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Bolsonaro rebate acusações do STF durante entrevista ao SBT Brasil

Em entrevista exclusiva, líder conservador desmente envolvimento em supostos crimes ligados ao 8 de janeiro

Jair Bolsonaro no SBT Foto: Reprodução/SBT
Jair Bolsonaro no SBT Foto: Reprodução/SBT

Durante sua recuperação no hospital DF Star após uma cirurgia intestinal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu entrevista exclusiva ao programa SBT Brasil, comandado por César Filho, nesta segunda-feira (21). Na conversa, o principal nome da direita brasileira esclareceu pontos sobre as investigações que enfrenta no Supremo Tribunal Federal e falou sobre sua situação médica.

Ao ser questionado sobre as acusações relacionadas aos eventos de 8 de janeiro em Brasília, Bolsonaro foi enfático ao refutar qualquer participação nos acontecimentos, lembrando que se encontrava nos Estados Unidos naquele período. O ex-presidente classificou as acusações como absurdas e de natureza política.

“Pelas condenações que tivemos até agora, condenações absurdas, é um processo tipicamente político, não tem nada de técnico. (…) Como é que eu posso deteriorar um patrimônio se eu estava fora do Brasil? A outra questão é dano qualificado contra o patrimônio da União, ou seja, é a mesma coisa, uma repetição. Que dano é esse que eu participei se eu não tenho uma só ligação com quem quer que seja aqui no Brasil? (…) Golpe de Estado é uma brincadeira”, declarou.

Bolsonaro argumentou sobre a impossibilidade das acusações, detalhando a fragilidade das alegações contra ele: “Golpe de Estado sem liderança, sem tropa, sem armas, num domingo, e sem o respectivo presidente pra você poder destituí-lo naquele momento. Não tem cabimento esse tipo de acusação contra mim ou contra quem quer que seja, que estão nesse processo. E outra é organização criminosa armada. Você vai nas policiais legislativas da Câmara e do Senado e pergunta se alguma arma de fogo ou arma branca foi apreendida no 8 de janeiro, com aquelas mil e poucas pessoas. Nenhuma arma foi apreendida!”

Quando indagado por César Filho sobre sua participação na redação de uma suposta minuta golpista ou discussões a respeito, conforme alegam seus adversários políticos, o ex-presidente foi contundente: “Nós conversamos dispositivos constitucionais”.

O líder conservador descartou qualquer receio de ser preso, mas criticou duramente os procedimentos judiciais contra ele. “Eu não tenho preocupação nenhuma, zero. (…) Inquéritos intermináveis, que já duram seis anos. O Supremo vai focar na minuta do golpe e também naquele plano de assassinar autoridades, que seria o plano punhal verde e amarelo. O autor desse plano conhecido como punhal verde e amarelo é um general da reserva. Foi encontrado um laptop na casa dele numa busca e apreensão. O que naturalmente teria que ser feito? De imediato, tomar o depoimento dele, até pra evitar que ele apresentasse uma possível versão fantasiosa.”

Sobre o chamado “plano punhal verde e amarelo”, Bolsonaro afirmou desconhecer completamente o assunto: “Eu não tenho o que falar sobre esse plano até que no computador de quem foi encontrado diga alguma coisa. Eu não posso ficar aí divagando o que eu acho ou não acho disso aí. Da minha parte, isso nunca passou pela minha frente, nunca tomei conhecimento disso aí, fiquei conhecendo com o vazamento da PF junto à imprensa brasileira.”

Quanto à sua inelegibilidade para o pleito presidencial de 2026, Bolsonaro demonstrou otimismo sobre uma possível reversão judicial da situação. Ele também fez uma análise contundente sobre o cenário político, apontando o que considera um esgotamento da esquerda no comando do país.

“Eu acredito que até lá esteja movimento multidões pelo Brasil. Eu duvido, a esquerda não vai ter o nome para se apresentar como razoável candidato. Se for o Lula, pior ainda. Não tem liderança formada pela esquerda no Brasil. No nosso lado, da direita, tem bons nomes por aí, não vou citar nenhum nome deles, tem bons nomes, mas cada um dentro do seu partido deve cavar seu espaço. Então esses candidatos têm de começar a rodar pelo Brasil, fazer realmente o seu trabalho para ganhar a simpatia e a confiança da população. A maioria da população não quer outro nome da direita que não seja Jair Messias Bolsonaro e ponto final.”