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Informações recentes indicam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já teria escolhido um nome para disputar a vaga ao Senado Federal por Mato Grosso do Sul, em substituição à senadora Soraya Thronicke. Esse movimento envolve um acordo firmado nas eleições de 2024, quando Bolsonaro apoiou o deputado federal Beto Pereira (PSDB) para a prefeitura de Campo Grande, embora a chapa tenha sido derrotada. Apesar do resultado, o compromisso político de migrações do PSDB para o PL parece estar de pé. Um dos pontos desse acordo inclui o apoio do PL e de Bolsonaro a Reinaldo Azambuja, contrariando parte da direita mais tradicional no estado.
Gianni Nogueira, esposa do deputado federal Rodolfo Nogueira (PL), desponta como um dos nomes mais cotados para essa disputa. Gianni já demonstrou engajamento político ao ser eleita vice-prefeita de Dourados em 2024, na chapa liderada por Marçal Filho (PSDB). Essa aliança foi resultado de um acordo entre Reinaldo Azambuja e Jair Bolsonaro, no qual o PL abriu mão de uma candidatura própria na cidade para consolidar uma coligação com o PSDB. A escolha, vista como estratégica, fortaleceu a parceria entre os dois líderes políticos, apesar das críticas de setores da direita mais conservadora.
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Embora reconhecida como uma figura alinhada à direita e aos valores cristãos, Gianni é considerada inexperiente para os desafios de uma candidatura ao Senado. No entanto, sua atuação em Dourados é vista como um importante passo para seu amadurecimento político. Essa experiência acumulada ao longo do mandato poderá ser decisiva para prepará-la até o próximo pleito.
Outros possíveis candidatos
Além de Gianni Nogueira e Reinaldo Azambuja, outros nomes são ventilados como candidatos às duas vagas no Senado Federal por Mato Grosso do Sul.
- Capitão Contar (PRTB): Ex-deputado estadual, é uma figura conhecida pela defesa de pautas conservadoras e teve mais de 600 mil votos em 2022.
- Gerson Claro (PP): Deputado estadual e atual presidente da Assembleia Legislativa do estado, se tornou homem forte no PP e usará toda a influência do cargo na ALEMS para atrair apoio na base..
- Marcelo Miglioli (sem partido): Atual secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos em Campo Grande, conhecido por sua gestão técnica e homem de confiança da prefeita eleita, Adriane Lopes (PP).
- Dr. Luiz Ovando (PP): Deputado federal por duas vezes, é uma voz influente dentro do segmento evangélico no estado, e também de confiança da Senadora Tereza Cristina.
- Waldemir Moka (MDB): Ex-senador, possui ampla experiência política e articulação em nível nacional.
- Prof. André Luis (Novo): Ex-vereador, é uma opção ligada ao partido Novo, com uma postura mais tecnocrática.
- Vander Loubet (PT): Representante da extrema esquerda no estado, com histórico de longa atuação parlamentar contrária as pautas conservadoras.
O desafio da direita
A direita de Mato Grosso do Sul enfrenta uma situação semelhante a das últimas eleições: encontrar um candidato que represente fielmente seus ideais e evite vínculos com o PSDB, partido que historicamente manteve alianças com a esquerda. Para os eleitores mais conservadores, é essencial que o escolhido tenha alinhamento direto com o bolsonarismo e não represente o “centrão político” ou interesses contraditórios. Entretanto, a força da máquina do Governo do Estado, aliada à da prefeitura de Dourados, segunda maior cidade do estado, pode ser um fator determinante. Afinal, uma campanha ao Senado exige estrutura, recursos financeiros e uma sólida base política para se tornar viável.