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Bolsonaro estende convite a Riedel para ato na Paulista em defesa da anistia

Ex-presidente reforça convocatória ao governador sul-mato-grossense durante entrevista e afirma que manifestação busca defender liberdades ameaçadas

Foto: Alan Santos/PR
Foto: Alan Santos/PR

O ex-presidente Jair Bolsonaro fez um convite direto ao governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), para participar da manifestação programada para domingo (6) na Avenida Paulista, em São Paulo. O chamado aconteceu durante entrevista concedida a uma emissora de rádio campo-grandense nesta quarta-feira (2).

A mobilização tem como principal objetivo pressionar o Congresso Nacional a aprovar a anistia para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023, classificados por Bolsonaro como meros atos de protesto, mas que o atual governo e o STF insistem em chamar de tentativa de golpe.

“O governador está convidado a comparecer, o Riedel, vai ser muito bem recebido se puder comparecer”, afirmou Bolsonaro, que fez questão de destacar a importância do PSDB em Mato Grosso do Sul e sua disposição para dialogar com políticos do partido sempre que possível.

Até o momento, Riedel não se pronunciou sobre sua possível participação no evento.

Durante a entrevista, Bolsonaro reafirmou categoricamente que não houve qualquer tentativa de golpe e ampliou o convite à população sul-mato-grossense.

“Mato Grosso do Sul faz divisa com São Paulo, sei que está um pouco longe, mas quem puder comparecer na Paulista no domingo, não é apenas pela Debora, condenada injustamente a 14 anos de cadeia, uma tremenda injustiça, é pelo nosso futuro, pela nossa liberdade, e contra esse cara [Alexandre de Moraes] que tá aí e que não tem qualquer compromisso com a família, com a sua pátria e com seu povo, é por mim também, por todos nós”, disse Bolsonaro.

A Débora mencionada pelo ex-presidente é Débora Rodrigues dos Santos, conhecida por ter pichado de vermelho a estátua da Justiça em frente ao Supremo Tribunal Federal com a frase “perdeu mané”. Diferentemente do que afirmou Bolsonaro, ela ainda aguarda julgamento, cumprindo prisão domiciliar. A ativista responde por cinco supostos crimes: associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

O processo contra Débora estava sendo analisado em sessão virtual da Primeira Turma do STF, com placar parcial de 2 a 0 pela condenação, quando o ministro Luiz Fux pediu vista, interrompendo o julgamento.

O projeto de lei em discussão na Câmara dos Deputados propõe anistia para manifestantes, caminhoneiros, empresários e todos que participaram dos protestos “em qualquer lugar do território nacional”. Um dos parágrafos estende o perdão a quem tenha colaborado com “financiamento, organização ou apoio de qualquer natureza”.

“A anistia de que trata o caput compreende crimes políticos ou com estes conexos e eleitorais. Consideram-se conexos, para efeito deste artigo, os crimes de qualquer natureza relacionados com crimes políticos ou praticados por motivação política”, estabelece um trecho do documento.

Na Câmara, o PL ameaça obstruir as votações caso o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), não dê andamento ao projeto.

“Só faremos obstrução caso o governo tenha feito alguma pressão ao presidente Hugo Motta, no sentido de não pautar a urgência. Vamos conversar e faremos a obstrução caso necessário”, declarou o líder na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), ao Estadão.

Mesmo diante das incertezas, o líder do PL demonstra confiança: “Honestamente, não acho que será necessário (entrar em obstrução completa). O Hugo Motta é um cumpridor dos seus compromissos”. A expectativa do partido é que Motta coloque na pauta do Colégio de Líderes desta quinta-feira (3) o pedido de urgência para a tramitação do projeto.

Informações do www.correiodoestado.com.br.