Decisão atende pedido de Moraes; execução ainda depende de aval do governo Javier Milei

A Justiça da Argentina autorizou, nesta quarta-feira (3), a extradição de cinco brasileiros condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, atendendo a um pedido do Ministério da Justiça do Brasil, formulado a partir de solicitação do ministro Alexandre de Moraes, do STF. As penas impostas no Brasil variam de 13 a 17 anos de prisão, dentro da linha dura aplicada contra manifestantes naquele episódio.
Serão extraditados Joelton Gusmão de Oliveira, Rodrigo de Freitas Moro Ramalho, Joel Borges Correa, Wellington Luiz Firmino e Ana Paula de Souza, presos em solo argentino desde o fim de 2024, quando o processo foi formalizado. De acordo com a imprensa local, eles chegaram algemados ao tribunal federal responsável pelo caso, em sessão que encerrou a análise pela Justiça daquele país.
Ao entrar na Argentina, o grupo pediu refúgio político à Comissão Nacional para os Refugiados, alegando perseguição no Brasil, mas o pedido ainda não foi decidido. Mesmo com a autorização judicial para extradição, a devolução só será efetivada após atos formais do governo do presidente Javier Milei, que precisa confirmar se irá ou não entregar os brasileiros ao sistema comandado por Moraes.
O desfecho agora depende de uma escolha política: Milei, que se apresenta como liberal e crítico da esquerda latino-americana, terá de decidir se referenda a linha de endurecimento do Judiciário brasileiro contra os envolvidos no 8 de janeiro ou se acolhe o argumento de perseguição usado pela defesa dos condenados.





