Prefeita detalha planos para saúde, infraestrutura e desenvolvimento econômico da capital sul-mato-grossense

Em entrevista ao programa Tribuna Livre da Rádio Capital 95 FM, a prefeita Adriane Lopes (PP) apresentou um panorama dos desafios e avanços da gestão municipal, com ênfase na crise da saúde, investimentos em infraestrutura e o potencial de desenvolvimento econômico da capital. Durante o bate-papo com os entrevistadores Marquinhos, Ben-Hur e Carmen Cestari, a chefe do executivo municipal destacou que Campo Grande está vivenciando um momento decisivo para seu futuro.
Crise na saúde: emergência e soluções estruturais
A prefeita iniciou a entrevista abordando o estado de emergência na saúde, declarado há 19 dias. “Campo Grande hoje não tem leitos suficientes para atender a demanda da capital e do interior do estado”, afirmou. Segundo Adriane, o município investe 36% do orçamento em saúde pública, percentual que a coloca entre as capitais que mais direcionam recursos para o setor no Brasil.
Para enfrentar a situação, a gestão municipal trabalha em duas frentes: uma emergencial, com a contratualização de novos leitos junto à rede privada e intensificação da vacinação contra doenças respiratórias; e outra estrutural, com a proposta de construção do hospital municipal. “Nós teríamos que ter hoje, para sanar esse problema, em torno de 600, 700 novos leitos”, explicou.
Questionada sobre supostos atrasos nos repasses à Santa Casa, a prefeita foi enfática: “A prefeitura não deve para Santa Casa. Não há valores em atraso. A questão da Santa Casa é uma questão de gestão, que não cabe ao município julgar ou intervir”.
A cobertura vacinal, que no Brasil atinge apenas 20% e em Mato Grosso do Sul 28%, alcançou 34% em Campo Grande durante o período de emergência, tornando-se a maior do país, segundo a prefeita. “Quando a gente vacina, você cria uma barreira para os vírus”, ressaltou, explicando a estratégia de ampliar a imunização para reduzir internações.
Infraestrutura e obras retomadas
Na área de infraestrutura, Adriane destacou o trabalho de 35 equipes realizando operações tapa-buracos emergenciais em várias regiões da cidade. Porém, enfatizou que o objetivo principal é o recapeamento de vias através do consórcio central, citando a Avenida Tiradentes como exemplo de via completamente recapeada após anos recebendo apenas intervenções paliativas.
“A gente está seguindo com recape em alguns bairros, nas Moreninhas, em outras regiões. O secretário mapeou a cidade e as vias onde o asfalto está com mais agravamento”, informou a prefeita, acrescentando que essa abordagem diminuirá os gastos com operações emergenciais.
Um ponto de destaque na gestão foi a retomada de obras paralisadas. “Nós estamos com todas as obras da educação de 18, 20 anos que estavam paralisadas retomadas”, afirmou, mencionando especificamente o Belas Artes, com recurso de R$ 34 milhões em caixa para sua conclusão. A prefeita também citou avanços nas obras do Ernesto Geisel e da nova unidade de saúde do Paraty.
Educação e chamamento de professores
Na área da educação, Adriane Lopes destacou a redução do déficit de vagas em creches, que passou de 13.000 crianças fora das salas de aula quando assumiu a gestão para 5.000 atualmente. “Em 3 anos, eu matriculei 6.400 crianças nessas salas”, ressaltou.
A prefeita também anunciou o chamamento de mais 273 professores que passaram em concurso público, somando-se aos mais de 800 já convocados. “Nós estamos chegando no período já próximo das férias escolares. Então, na retomada do outro semestre, nós vamos estar chamando do concurso mais 273 professores”, informou.
A administração municipal ainda celebrou a conquista do selo ouro da educação, resultado que, segundo a prefeita, Campo Grande não via há muito tempo.
Situação financeira e geração de empregos
Questionada sobre as finanças municipais, Adriane destacou a reforma administrativa que cortou 30% da estrutura da prefeitura e a redução do limite potencial de gastos com pessoal de 59,16% para 53%. “Estamos chegando no ideal, avançando passo a passo, trazendo para a gestão financeira da prefeitura aquilo que é o equilíbrio e o controle”, afirmou.
No campo econômico, a prefeita destacou o “superaquecimento” da economia local, com avanços no ramo imobiliário e desburocratização de processos. “Nós estamos num canteiro de obras na cidade, não só do poder público, mas em todas as regiões”, declarou, mencionando a conquista do “pleno emprego” durante sua gestão.
Adriane chegou a fazer um apelo aos ouvintes, informando que a prefeitura tem 300 vagas abertas para o programa PRINTE, voltado para pessoas em situação de vulnerabilidade, além de posições na capina e tapa-buracos. “Nós temos déficit de mão de obra”, ressaltou.
Rota Bioceânica e projeção internacional
A prefeita destacou os avanços relacionados à Rota Bioceânica, projeto que promete posicionar Campo Grande estrategicamente no cenário internacional. “Campo Grande é, hoje, a bola da vez no centro-oeste do Brasil”, afirmou, citando investimentos como o centro de distribuição da Femsa (Coca-Cola), “o maior da América do Sul”, instalado na capital devido às perspectivas trazidas pela rota.
Como presidente do comitê gestor que integra 24 cidades, Adriane destacou o trabalho para internacionalizar a capital e as tratativas com países como o Chile para estabelecimento de voos diretos. “Nosso próximo desafio é conseguir voos de Campo Grande para os países da América do Sul”, revelou.
Perspectivas políticas para 2026
Ao ser questionada sobre seu peso político nas eleições de 2026, Adriane reconheceu a liderança da senadora Tereza Cristina, presidente estadual do PP, especialmente após a formação da federação partidária. “Eu acredito que para 2026 teremos grandes avanços. Nós estamos construindo uma parceria muito forte com o governador Eduardo Riedel”, afirmou.
A prefeita destacou que o PP conta hoje com 19 prefeitos e prefeitas no Mato Grosso do Sul, indicando que o partido “será fiel da balança na próxima eleição”.
Ao encerrar a entrevista, Adriane aproveitou para parabenizar os assistentes sociais pelo seu dia, celebrado em 15 de maio.