Casal dispensa navio da Marinha e usa embarcação com custos bancados pela Presidência da República

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama Janja da Silva estão hospedados no iate de luxo “Iana 3”, atracado na Base Naval de Val-de-Cans, em Belém (PA), durante a realização da COP30, conferência climática das Nações Unidas. A hospedagem será custada com recursos da Presidência da República, e o episódio volta a levantar críticas à contradição entre o discurso de simplicidade do petista e a prática de ostentação e privilégio com dinheiro público.
A decisão foi tomada após o governo rejeitar o uso de um navio da Marinha, oferecido como hospedagem oficial, sob a justificativa de que a embarcação não atendia aos “padrões de segurança e conforto” da comitiva presidencial. A Casa Civil afirmou que a escolha do iate levou em consideração “segurança, preço e conforto, e não luxo” — uma justificativa que não convenceu grande parte da opinião pública e opositores, que veem no caso mais um símbolo de incoerência no discurso do governo.
Lula chegou a afirmar, anteriormente, que se hospedaria “em um barco simples” como gesto simbólico de que a COP30 não seria a ‘COP do luxo’. Contudo, o fato de o casal ter optado por um iate classificado como embarcação de alto padrão — enquanto o evento discute sustentabilidade e austeridade — reforça críticas ao estilo de vida dispendioso do presidente e da primeira-dama, em contraste com a realidade de milhões de brasileiros afetados pela crise econômica.
O Planalto alegou dificuldade em encontrar acomodações disponíveis em Belém, já que a cidade enfrenta grande ocupação hoteleira e aumento expressivo nos preços devido à realização da conferência. Mesmo assim, o caso reacende o debate sobre moralidade no uso de recursos públicos e prioridades de um governo que se diz voltado ao povo, mas age com privilégios típicos da elite que critica.





