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GloboNews: áudio vazado ao vivo revela desconforto de jornalistas ao tratar de tema sensível ao governo Lula

Incidente ocorreu durante debate sobre pesquisa que mostra apoio popular a mudanças na lei contra o crime organizado

Áudio de jornalista vaza ao vivo na GloboNews Foto: Reprodução/GloboNews
Áudio de jornalista vaza ao vivo na GloboNews Foto: Reprodução/GloboNews

Um áudio interno vazado durante o programa Conexão GloboNews, exibido nesta segunda-feira (3), expôs um momento de tensão e aparente censura editorial dentro do canal de notícias do grupo Globo. O incidente ocorreu enquanto os jornalistas Rafael Colombo e Valdo Cruz comentavam os resultados da pesquisa Genial/Quaest, que contrariam a narrativa do governo Lula (PT) sobre segurança pública.

De acordo com a sondagem, 72% dos moradores do Rio de Janeiro apoiam uma mudança legislativa para classificar organizações criminosas como grupos terroristas — proposta que tem sido defendida por setores conservadores e pela bancada da segurança pública no Congresso. O apoio massivo ao endurecimento das leis vai na contramão do discurso de dirigentes petistas, que costumam relativizar a ação de facções e resistir ao uso do termo “terrorismo” para definir o crime organizado.

Durante o debate, Colombo fazia uma observação sobre a PEC da Segurança, quando o áudio de Valdo Cruz foi abruptamente cortado. Um ruído interno se sobrepôs à transmissão, e o público pôde ouvir a pergunta espontânea do apresentador:

“Algum problema em falar disso?”, questionou Colombo, visivelmente surpreso com a interrupção.

O episódio repercutiu nas redes sociais, onde internautas apontaram o momento como sintomático da dificuldade de parte da imprensa em abordar fatos que desagradam ao Planalto. Críticos destacaram que o vazamento reforça suspeitas sobre ingerência ideológica na linha editorial da GloboNews, frequentemente acusada de alinhamento com a narrativa petista.

A emissora não comentou oficialmente o caso. No entanto, o incidente reacendeu o debate sobre liberdade de expressão e parcialidade midiática, especialmente quando a informação envolve temas sensíveis ao governo federal e à política de segurança pública no Rio de Janeiro, palco das recentes operações policiais que enfrentam resistência de grupos ligados à esquerda.