Pesquisar

Zema denuncia “ditadura disfarçada” no Brasil e defende anistia total

Governador mineiro critica Moraes, confirma perseguição a Bolsonaro e revela conversas inéditas sobre 2026

Romeu Zema Foto: Imprensa MG/Gil Leonardi
Romeu Zema Foto: Imprensa MG/Gil Leonardi

Romeu Zema não poupou críticas ao cenário político nacional durante entrevista exclusiva ao Pleno.News na sede do BDMG. O governador mineiro foi direto ao classificar o momento atual como uma “ditadura disfarçada” e defendeu anistia ampla aos envolvidos nos episódios de 8 de janeiro.

Bolsonaro autorizou candidatura presidencial

O chefe do Executivo mineiro esclareceu polêmicas sobre o timing de sua pré-candidatura presidencial. Revelou encontro reservado com Bolsonaro dez dias antes do anúncio, onde recebeu aval direto do ex-presidente. “Ele foi a primeira pessoa no mundo a saber do lançamento da minha pré-candidatura e falou: ‘Vá em frente, quantos mais candidatos a direita tiver, melhor'”, relatou Zema.

Moraes age como “réu, investigador e juiz”

As críticas mais contundentes foram direcionadas ao ministro Alexandre de Moraes. Zema denunciou postura “totalmente arbitrária” que desrespeita princípios básicos da Justiça. “Em determinado processo, ele é réu, investiga, relata, decide e julga. Isso é inadmissível”, declarou o governador, apontando conflitos de interesse evidentes.

O político mineiro classificou o STF como “instrumento de perseguição política” e criticou a exposição midiática dos ministros. Defendeu que magistrados deveriam manter discrição, como ocorre internacionalmente, limitando-se exclusivamente ao exercício jurisdicional.

Denúncias de Tagliaferro são “fundamentadas”

Questionado sobre as revelações do ex-assessor de Moraes no TSE, Zema confirmou veracidade das denúncias. “Ficou muito claro: havia dois pesos e duas medidas. O que a esquerda fazia nas redes sociais era liberado, qualquer coisa da direita era proibida”, afirmou, reconhecendo que essa distinção contribuiu para a vitória eleitoral da esquerda.

O governador foi categórico ao classificar Bolsonaro como “preso político” e defendeu anistia total. Comparou o tratamento dado à esquerda no passado, quando “verdadeiros terroristas” receberam perdão e benefícios estatais, enquanto manifestantes de direita enfrentam perseguição por atos pacíficos.

Zema concluiu alertando sobre a insustentabilidade do modelo econômico atual, comparando-o a uma “pirâmide financeira” destinada ao colapso, similar ao ocorrido no governo Dilma Rousseff.