Prisão expõe ligações políticas e novas suspeitas sobre loteamento de cargos estratégicos durante gestão petista

Rodrigo de Melo Teixeira, ex-diretor da Polícia Federal nomeado no governo Lula e considerado o terceiro na hierarquia da corporação, foi preso pela PF nesta quarta-feira (17). Ele é apontado como peça central de um esquema bilionário de corrupção em órgãos ambientais, junto a outros 17 detidos. Teixeira deixou a direção de Polícia Administrativa no fim do ano passado, mas assumiu imediatamente a diretoria de administração e finanças do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), mantendo-se próximo do círculo influente do Executivo federal.
De acordo com a investigação, Teixeira agiu como “administrador oculto” de uma empresa de mineração e beneficiou empresários investigados, cedendo acesso privilegiado a órgãos públicos em troca de vantagens. Há indícios de que o ex-diretor usou sua autoridade para interferir em processos investigativos da própria PF em favor dos interesses do grupo.
O vínculo decisivo surgiu por meio de sua relação com o empresário João Alberto Lages. Empresários transferiram direitos minerários à empresa de Teixeira, supostamente em troca da proteção e interferência do então diretor policial. Trecho do pedido de prisão destaca: “Trata-se de oferta de vantagem indevida por parte de particulares a agente público”.
A operação identificou lucros ilícitos de R$ 1,5 bilhão no esquema, atingindo ainda servidores da Agência Nacional de Mineração (ANM), do Iphan e órgãos estaduais mineiros. Um diretor da ANM também foi preso e a sede do órgão foi alvo de buscas.