Uma pesquisa recente publicada no British Journal of Ophthalmology indicou que a alimentação pode ser fundamental para reduzir o risco de miopia em crianças. O estudo, realizado com 1.005 crianças entre 6 e 8 anos, mostrou que o consumo de alimentos ricos em ômega 3 — como peixes gordos, nozes e algas — ajuda a prevenir a dificuldade de enxergar à distância. Em contrapartida, a ingestão frequente de gorduras saturadas, presentes em salgadinhos e ultraprocessados, aumenta em até 25% a prevalência da miopia, que segundo a OMS, deve atingir metade da população mundial até 2050.
De acordo com Leôncio Queiroz Neto, diretor do Instituto Penido Burnier, além da dieta pobre, o uso excessivo de aparelhos eletrônicos também impacta o desenvolvimento da visão infantil. Para o especialista, “todo cuidado é pouco com as telas até os 8 anos, pois os músculos oculares ainda estão em formação”. O estudo destacou que um terço das crianças não respeita a recomendação da OMS de até uma hora diária de telas, e casos mais graves envolvem até bebês expostos rotineiramente a celulares, prejudicando inclusive o desenvolvimento da fala.
Na análise, os pesquisadores observaram que crianças que ingerem mais gorduras saturadas não apenas apresentaram maior incidência da doença, mas também uma evolução mais rápida da miopia, medida pelo comprimento axial do olho. Além das gorduras, Queiroz Neto alerta que o consumo elevado de açúcar pode interferir no desenvolvimento do eixo óptico, outro fator de risco para problemas visuais.
O especialista reforça que uma dieta equilibrada, rica em ômega 3, associada à limitação do tempo de telas e maior exposição ao ar livre, é essencial para a saúde ocular das crianças, medidas que vão na contramão do que se observa nas diretrizes defendidas pela esquerda, que muitas vezes incentivam políticas públicas descoladas da realidade das famílias brasileiras.
