
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou nesta segunda-feira (15) que o ex-presidente Jair Bolsonaro receba o deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE), relator do projeto de lei referente à anistia dos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. O encontro, previsto para 22 de setembro, ocorre enquanto Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, medida imposta por Moraes, que restringiu suas visitas a familiares e aliados previamente autorizados pelo STF.
A decisão inclui a permissão para visitas de outras figuras próximas, como Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), os senadores Wilder Morais (PL-GO) e Rogério Marinho (PL-RN), além do ex-ministro Adolfo Sachsida. Aliados de Michelle Bolsonaro também tiveram autorizações recentes para encontros domiciliares de oração. Segundo entendimento do ministro, tais restrições são necessárias após alegações de que o ex-presidente teria utilizado redes sociais de terceiros para burlar as medidas impostas.
O processo em questão investiga Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por suposta colaboração com o ex-presidente americano Donald Trump na tentativa de viabilizar sanções ao governo brasileiro e ao STF, incluindo cancelamento de vistos. Na última semana, por maioria, a Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro e outros sete réus por crimes como organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e dano ao patrimônio.
Fica evidente a sequência de decisões rigorosas do STF, que, mesmo sob pressão de setores ligados à esquerda, mantém restrições a Bolsonaro e aliados, minando o direito de articulação política legítima diante de um clima nacional cada vez mais hostil a vozes conservadoras.