Ceasa-MS garante abastecimento normal apesar do impacto das baixas temperaturas na produção

O rigoroso inverno registrado em Mato Grosso do Sul entre julho e agosto provocou significativo encarecimento nas hortaliças comercializadas no Estado. Levantamento da Ceasa-MS revela que o quiabo, produto tradicionalmente cultivado na região, sofreu aumento de 15% em seu valor de comercialização durante os últimos dias.
O comparativo da Central de Abastecimento demonstra como as temperaturas extremas, que chegaram a 2°C na semana passada, impactaram diretamente a cadeia produtiva local. Segundo especialistas da Dimer, divisão responsável pelo abastecimento e mercado da Ceasa-MS, as hortaliças representam as culturas mais vulneráveis às oscilações climáticas.
Impacto direto nas principais culturas
As baixas temperaturas comprometeram severamente a floração e desenvolvimento dos frutos, reduzindo drasticamente a oferta disponível no mercado. Consequentemente, essa escassez provocou elevação automática dos preços praticados junto aos consumidores finais.
Atualmente, a caixa contendo 15 quilogramas de quiabo está sendo comercializada por R$ 230, representando aumento substancial em relação ao período anterior. A análise da cotação diária revela que no dia 14 de agosto o produto custava em média R$ 110, saltando para R$ 170 nesta quarta-feira (20).
Diversas culturas afetadas pelo fenômeno climático
A abobrinha verde cultivada no Estado também sofreu com as adversidades climáticas. O frio intenso prejudicou o desenvolvimento das plantas, provocando abortamento das flores e consequente redução na formação de frutos adequados para comercialização.
A berinjela, tradicionalmente produzida em Mato Grosso do Sul e São Paulo, enfrentou oferta reduzida devido à desaceleração do crescimento vegetal. As plantas produziram frutos menores e tiveram suas colheitas postergadas, considerando que a cultura exige clima quente para desenvolvimento ideal. A produção local foi tão comprometida que produtores precisaram buscar fornecedores em outros estados para suprir a demanda.
O pimentão verde, oriundo principalmente do Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná e São Paulo, também registrou problemas. As geadas nas principais regiões produtoras impactaram negativamente a oferta nacional, uma vez que a cultura demonstra extrema sensibilidade às baixas temperaturas.
Estratégias para manter abastecimento regular
Apesar dos desafios enfrentados, a Ceasa-MS assegura que não ocorreu desabastecimento de produtos essenciais. A instituição comercializa tanto para empresas quanto diretamente para consumidores através do varejo, mantendo regularidade no fornecimento.
Os empresários da unidade adotaram estratégias preventivas, buscando fornecedores alternativos para compensar a redução na oferta de determinadas regiões produtoras durante agosto. Essa medida se mostrou fundamental para evitar desabastecimento completo.
Curiosamente, julho registrou as menores temperaturas de 2025, provocando aumento de até 30% na procura por legumes tradicionalmente utilizados em sopas, como abóbora cabotiá, batata e moranga.