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Carlos Viana assume presidência da CPMI que investigará escândalo de R$ 2 bilhões no INSS

Senador mineiro escolheu Alfredo Gaspar como relator para apurar fraudes contra aposentados

Em pronunciamento, à bancada, senador Carlos Viana (Podemos-MG). - Foto: Saulo Cruz/Agência Senado
Em pronunciamento, à bancada, senador Carlos Viana (Podemos-MG). – Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito destinada a investigar as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social finalmente foi instalada no Congresso Nacional nesta quarta-feira (20). Após meses de indefinição e tensões entre situação e oposição, o senador Carlos Viana (Podemos-MG) conquistou a presidência da CPMI.

Imediatamente após assumir o comando, Viana definiu o deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL) como relator dos trabalhos investigativos que prometem expor um dos maiores esquemas de corrupção envolvendo beneficiários da Previdência Social.

Revelações jornalísticas expõem bilionário esquema fraudulento

O escândalo veio à tona através de uma série de reportagens investigativas do portal Metrópoles, iniciadas em dezembro de 2023. As matérias revelaram um sistema organizado de descontos abusivos em benefícios previdenciários, prejudicando milhões de aposentados brasileiros.

Três meses após as primeiras denúncias, o veículo demonstrou que as entidades envolvidas no esquema haviam arrecadado impressionantes R$ 2 bilhões em apenas um ano. Paradoxalmente, essas mesmas associações acumulavam milhares de processos judiciais por fraudes nas filiações de segurados.

O trabalho investigativo do Metrópoles provocou reações imediatas das autoridades. A Polícia Federal abriu inquérito formal para apurar os crimes, enquanto a Controladoria-Geral da União intensificou suas investigações baseadas nas informações jornalísticas.

Composição suprapartidária promete investigação rigorosa

A CPMI conta com 32 membros efetivos, incluindo deputados e senadores de diferentes matizes políticos, abrangendo tanto base governista quanto oposição. O mesmo quantitativo de suplentes completará a estrutura da comissão.

O deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), escolhido como relator pelo presidente da Câmara Hugo Motta (Republicanos-PB), garantiu em entrevista ao programa Acorda Metrópoles que os trabalhos transcenderão questões partidárias. “Independentemente de partido político, independentemente de ideologia”, declarou, afastando qualquer possibilidade de interferência política nos trabalhos.

Ayres descartou acordos que possam comprometer as investigações: “Não há nada que vai nos parar.” O parlamentar já antecipou a convocação de ex-ministros dos dois últimos governos, citando especificamente Carlos Lupi, demitido após a Operação Sem Desconto, e Onyx Lorenzoni, que comandou a Previdência durante a gestão Bolsonaro.

A instalação da CPMI representa marco importante na busca por transparência e justiça para os aposentados lesados pelo esquema fraudulento.