Vereadores relatam divergências sobre posicionamentos e resoluções partidárias no interior do estado

Vereadores do Partido Liberal em Mato Grosso do Sul manifestam insatisfação com a condução atual da legenda no estado, especialmente quanto às orientações do presidente estadual, tenente Portela, e ao processo que levou o ex-governador Reinaldo Azambuja ao comando da sigla.
A situação ganhou contornos mais definidos após Portela supostamente criar grupo de mensagens reunindo vereadores e prefeitos do PL sul-mato-grossense, onde compartilha orientações diárias sobre posicionamentos políticos esperados dos integrantes da legenda.
Divergências sobre autonomia política
O presidente estadual tem fundamentado suas orientações em resolução do PL Nacional que veda declarações de apoio a pré-candidatos de outras legendas, sob pena de punições que podem incluir expulsão do partido. Vereadores do interior relatam desconforto com a frequência e o tom das mensagens.
Um parlamentar manifestou descontentamento: “Estão tentando intimidar os prefeitos e vereadores eleitos como se fossem responsáveis por prejudicar o partido. Estão diminuindo gradualmente o legado que o Bolsonaro deixou no PL e buscando responsáveis. Já deu!”
Outro integrante questionou diretamente: “Aqui fica uma pergunta. O senhor ainda é o presidente do PL em Mato Grosso do Sul?”
O mesmo parlamentar contestou a origem das orientações: “Na verdade eu não vi nenhum vídeo do Bolsonaro falando isso para os parlamentares do Mato Grosso do Sul. O que dá para perceber é que existe uma tentativa de intimidação dos parlamentares de direita pelo senhor Tenente Portela.”
A tensão interna reflete disputas sobre os rumos do partido no estado e a margem de autonomia política dos representantes eleitos municipalmente.
Prints da conversa vazada:




Resolução enviada no grupo:
Em contato com o senhor Tenente Portela, presidente estadual do PL, o mesmo ciente das prints, enviou a seguinte resposta:
“Ninguém, nos dias de hoje, enquanto ainda estamos correndo atrás de liberdade, de expressão e de ideias, contra qualquer tipo de censura, vai querer intimidar alguém. Estou cumprindo uma das pautas da reunião de ontem, na sede do PL Nacional, em Brasília. Somente isso.
Visitei quase todos os prefeitos, sendo que três fazem parte da Executiva Estadual atual e vão compor a nova executiva. Você acha que vou discordar da decisão do ex-presidente Bolsonaro, do presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, e do senador Rogério Marinho, secretário-geral do PL? O presidente Valdemar está no comando do PL há quantos anos? Não serei eu quem vai dizer o que ele deve fazer, só porque discordo dele, sendo eu pequeno aqui embaixo.”
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