Com 34 milhões de visualizações, denúncia expõe algoritmos que facilitam exploração infantil

O influenciador Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, provocou verdadeira revolução digital com seu vídeo “Adultização”. Em apenas cinco dias, a produção de 50 minutos alcançou quase 34 milhões de visualizações no YouTube, rompendo barreiras ideológicas e unindo desde Érika Hilton (PSOL) até Nikolas Ferreira (PL) na cobrança por maior responsabilização das plataformas digitais.
A denúncia expõe como produtores de conteúdo exploram crianças e adolescentes nas redes sociais, enquanto plataformas lucram com esse material. Felca realizou experimento perturbador: criou perfil fictício e curtiu fotos de menores em contextos sugestivos, demonstrando como o algoritmo do Instagram rapidamente direciona conteúdo sexualizado infantil, replicando padrões de comportamento pedófilo.
Entre os casos expostos figura Hytalo Santos, com mais de 20 milhões de seguidores, que apresentava adolescentes realizando danças sensuais em seu canal. O perfil, já investigado pelo Ministério Público da Paraíba desde 2024, foi removido do Instagram e TikTok após a viralização da denúncia.
Marco legal ignorado
O Estatuto da Criança e Adolescente estabelece punição de seis meses a dois anos de prisão para adultos que explorem imagens violando dignidade infantil. Contudo, a monetização desse conteúdo pelas plataformas permanece impune.
Felca revelou ao podcast PodDelas que passou a usar carro blindado e segurança pessoal após as ameaças. “Foi muito aversivo fazer esse vídeo. Dá vontade de chorar, de vomitar”, desabafou, ressaltando ter mergulhado nesse “lamaçal” há mais de um ano para produzir a investigação.