Governador de MS aponta necessidade de reformas fiscais e vê aliada com potencial nacional.

Em entrevista recente à revista Veja, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), expressou críticas contundentes às decisões do governo federal que resultaram no aumento de impostos, com destaque para a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). As declarações de Riedel posicionam o estado e sua gestão em contraste com a política econômica adotada pela União, defendendo uma abordagem fiscal distinta para o país.
“O Brasil veio resolvendo seu problema fiscal em cima de aumento de tributos e acredito que não há mais espaço para isso. Precisamos liderar uma agenda de reformas, de reestruturação do gasto, para poder resolver o problema fiscal”, afirmou o governador, ressaltando a urgência de buscar soluções que não onerem ainda mais o contribuinte.
Recentemente, o governo federal publicou um novo decreto que ajustou parte dos aumentos do IOF anunciados em maio, reduzindo alíquotas para crédito a empresas e alterando a cobrança sobre risco sacado e planos VGBL, mas a crítica sobre a estratégia de aumento tributário como solução fiscal permanece.
Riedel utilizou Mato Grosso do Sul como exemplo de gestão fiscal que, mesmo diante dos desafios impostos pela reforma tributária – que ele classificou como desfavorável ao estado por ser baseada no consumo –, optou por não aumentar impostos. “O estado é estado perdedor porque a reforma é baseada no consumo, a gente manteve a menor alíquota do ICMS do Brasil, em 17%. A gente vai fazer um enfrentamento da despesa, na qualidade de gasto, em reforma, para não afetar ainda mais o contribuinte”, destacou, evidenciando a prioridade em controlar gastos e promover reformas internas.
Apesar das ressalvas à política tributária federal, Riedel qualificou a relação institucional com o Governo Federal como “positiva”. Ele citou a participação em agendas conjuntas, como o início das obras de reforma em três aeroportos sul-mato-grossenses com recursos federais, a assinatura de contrato do programa “Minha Casa, Minha Vida” e a presença no Fórum Participativo “Diálogos para Construção da Estratégia Brasil 2050”.
Movimentações partidárias e o cenário de 2026
Questionado sobre possíveis mudanças partidárias, Riedel evitou confirmar migrações, mas admitiu estar “conversando e ouvindo a todos”. Havia especulações sobre uma possível fusão do PSDB com partidos próximos, como o Progressistas, legenda da ex-ministra e aliada política Tereza Cristina.
Após o insucesso na tentativa de fusão do PSDB com o Podemos, Riedel vê um espaço para a construção de alianças com outras legendas, mencionando MDB e Republicanos como potenciais parceiros. “O PSDB está em um caminho de consolidação de conversas com outros partidos que pode resultar numa força política importante. É fundamental que haja diálogo com partidos do mesmo espectro ideológico, que venham a colocar uma nova força política no cenário político brasileiro”, defendeu o governador, sinalizando a busca por uma articulação mais ampla da centro-direita.
Ao abordar as eleições presidenciais de 2026, Riedel comentou que, apesar de inelegível, Jair Bolsonaro continuará sendo uma “grande liderança da centro-direita”. Ele defendeu nomes com potencial para a disputa, incluindo uma possível chapa com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e Tereza Cristina, ou até mesmo a ex-ministra como candidata principal ao Palácio do Planalto.
Riedel fez questão de destacar as qualidades de sua aliada: “A Tereza é uma candidata a presidente da República, é um possível nome. Um nome nacional altamente qualificado, preparadíssima e que está dando uma grande contribuição pro Brasil. Tem todas as condições de assumir qualquer candidatura numa majoritária nacional, seja para presidente, seja para vice, seja como for”, ressaltou, endossando fortemente o potencial de Tereza Cristina no cenário político nacional.
As declarações do governador de Mato Grosso do Sul evidenciam o debate em curso na centro-direita sobre a estratégia fiscal para o país e a busca por nomes e articulações capazes de apresentar uma alternativa consistente para as eleições de 2026.
Com informações do Correio do Estado