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Google encerra políticas de contratação voltadas para LGBT e minorias raciais

Gigante da tecnologia encerra metas de inclusão e foca em conformidade com novas regulamentações

Foto: RCP/Medea
Foto: RCP/Medea

O Google anunciou que não seguirá mais metas específicas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) em seus processos de contratação. A decisão acompanha um movimento crescente entre grandes empresas, como Amazon, Meta e Microsoft, que vêm reduzindo ou encerrando programas voltados à ampliação da representatividade interna.

A informação foi confirmada em comunicado interno assinado por Fiona Cicconi, diretora de recursos humanos da Alphabet, controladora do Google. Segundo ela, a companhia manterá equipes diversas, mas sem a intenção de aumentar esses índices por meio de metas pré-estabelecidas. “Em 2020, estabelecemos metas ambiciosas para melhorar a representatividade, mas, no futuro, não teremos mais esses objetivos”, declarou Cicconi, conforme reportado pelo Wall Street Journal.

Nos últimos anos, o Google investiu em políticas de inclusão. Em 2020, o CEO Sundar Pichai determinou que a empresa aumentasse em 30% o número de líderes vindos de grupos sub-representados até 2025. Dados internos revelam que, entre 2020 e 2024, a presença de funcionários negros nos EUA subiu de 3,7% para 5,7%, enquanto a de latinos cresceu de 5,9% para 7,5%.

Agora, a empresa está revisando subsídios, treinamentos e outras iniciativas relacionadas ao DEI, analisando sua eficácia e impacto nos negócios. Além disso, a Alphabet está promovendo mudanças para se adequar às novas diretrizes do governo Trump. “Como somos um contratante federal, nossas equipes também estão avaliando mudanças em nossos programas para cumprir decisões judiciais recentes e ordens executivas dos EUA”, acrescentou Cicconi.

Desde que reassumiu a presidência dos Estados Unidos, Donald Trump tem revogado políticas de diversidade e inclusão no setor público, o que afeta diretamente empresas que prestam serviços ao governo federal. Além da influência regulatória, há também pressões de consumidores e acionistas para que as empresas adotem abordagens mais neutras em relação à inclusão.

A varejista Target, por exemplo, encerrou suas metas de diversidade após ser processada por investidores que alegaram riscos financeiros associados a essas políticas. Segundo a BBC, a ação judicial citava perdas relacionadas à venda de produtos LGBTQ+ em suas lojas, o que teria levado à queda nas vendas e no preço das ações.