Em um gesto político que pode abalar as estruturas do governo federal, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), declarou que a anistia dos envolvidos no episódio de 8 de janeiro não é um assunto encerrado e será debatida no Congresso. Em uma mensagem que soa como uma afronta ao Planalto, Lira enfatizou: “O Parlamento tem a obrigação de encarar todos os temas que interessam ao povo brasileiro”. A fala veio acompanhada de um claro aceno à base bolsonarista, sinalizando que o presidente da Câmara mantém um olho atento nos conservadores.
A posição de Lira contrasta diretamente com o discurso do governo Lula, que busca consolidar sua narrativa sobre os eventos de janeiro como tentativa de golpe. O petismo tem demonstrado nervosismo em relação ao fortalecimento de pautas que favoreçam o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua base de apoio. A articulação de Lira, além de potencializar o desgaste de Lula no Congresso, revela sua habilidade em explorar as divisões na base governista e expandir sua própria influência política.
Ao trazer a anistia para o centro do debate legislativo, Arthur Lira coloca o governo contra a parede e agrada setores que clamam por liberdade e justiça para os que foram presos e perseguidos após os protestos. Este movimento pode definir o rumo de discussões importantes e será observado de perto por todos os espectros políticos.
